Às vezes no Silencio
da vida, uma dor insiste em persistir dentro do meu coração, sempre fui forte
às turbulências do meu viver, mais sinto que a dor e a revolta esta me
derrotando aos poucos.
Com a dor da perda,
sofremos muitos danos e se existir uma ligação muito forte entre esses, a
pessoa acaba vivendo com um grande drama. Muitas, até, não conseguem se curar
quando perdem seus entes queridos; continuam sofrendo muitos anos com a mesma
dor.
As dores causadas pela morte de pessoas
queridas vestem-se de infinitas maneiras. Cada uma tem história a contar.
Crianças que perdem os pais, pais que sepultam filhos, esposos amados que se
separam pela espada da morte. Amigos que sentem o silêncio da ausência de
alguém com quem partilhavam vida e afeto. Mas há cenas que ultrapassam a dor
cotidiana das mortes anunciadas e esperadas, ou mesmo inesperadas, pela crucial
violência. Recordo dois exemplos, um arrancado da memória bem passada e outro
recente. Lá pelos idos da Segunda Mundial a insânia perversa do nazismo
arrancou com violência uma multidão de crianças pequenas dos braços amorosos
das mães, amontoando-as num vagão que as conduziu à morte no Campo de
Concentração. O grito lancinante de dor das mães era somente abafado pelo
vozerio estúpido dos brutais soldados e pelo choro desesperado das crianças.
Cena lancinante! Crianças não foram feitas para morrer!
Da mesma forma achamos que entes queridos
não foram feitos para morrer e que a desgraça só acontece aos nossos redores,
mais nunca em nossas famílias.
Talvez o leitor ainda não tivesse a
experiência de ter em sua memória a tocante imagem daquele homem com o rosto
transtornado de dor e com os braços estendidos em direção ao corpo necropsiado de
um ente querido sob a mesa de um IML, um ente assassinado por um desconhecido
em pleno aniversário de quem o amava como um melancólico presente da violência
terrena.
E momentos após esta tragédia você
adentra no palco da tragédia sobre o sangue derramado de seu ente, aquele mesmo
sangue que corre nas suas veias, para tentar consertar aquilo que não tem
conserto.
Ali
estava o fim de meus amores da terra. E diante de tanto sofrimento, que palavra
humana tem? Somente o silêncio.
Deus é o primeiro a pôr-se ao lado do
golpeado pela dor. E em gesto de solidariedade mostra-nos o Filho que lhe foi
arrancado pela violência da maldade humana.
E no meio dessa confusão alguém partiu sem
se despedir; foi triste. Se houvesse uma despedida talvez fosse mais triste,
talvez tenha sido melhor assim, uma separação como às vezes acontece em um
baile de carnaval.
Amigos às vezes não
entendem o porquê desta minha fala...
No dia 14 de março do
corrente, data em que eu estava completando 32 anos de existência, feliz da
vida por estar rodeado de amigos e familiares, faltando apenas uma pessoa que
ainda não havia chegado, quando já estava chegando a hora do almoço,
estranhamente esta pessoa que sempre era a primeira a chegar, ainda não havia
chegado e nem ligado, más de repente o telefone toca e a triste noticia veio, o
seu assassinato, esta pessoa era o meu sobrinho HUGO MAIA, naquele instante que
era de alegria passou a ser melancólico como se o mundo tivesse desabado sob
nossas cabeças, mais tive que encontrar deveras forças para resolver os
problemas que ali se iniciavam com sua morte, tais como buscar forças para
reconhecer seu corpo cravejado por projéteis no Instituto Medico Legal, depois
como se não bastasse entrar em seu veículo onde o mesmo foi assassinado, ainda
no pára-brisa todos os furos das balas que tirou a vida de meu sobrinho, e
lambuzado com seu sangue que ficou ali foi todo derramado, e conduzi-lo de Belo
Horizonte para Juatuba.
Amigos, estou sendo
derrotado pela dor da perda deste ente que era como se fosse um filho para mim,
neste momento não só necessito como peço a todos vocês que OREM E PEÇAM A DEUS
por mim, pois eu preciso me conformar com esta perda pois foi um destino de
DEUS, e não devemos revoltar com as coisas de DEUS porque ele é o criador de
tudo.
Sinto-me fraco e
derrotado pela dor que me consome a cada dia que passa, a cada acontecimento, a
cada momento que sou impedido de ver o seu único filho que aqui ficou, a cada
momento que calunias são levantadas.
Não vou perguntar a DEUS
onde ele está, porque sei que neste momento ele me carrega em seus braços. Mais
posso dizer que dói muito e eu preciso vencer estas barreiras da vida como
enfrentei tantas turbulências em meu viver, para isso preciso das orações de
vocês, porque o que esta sendo mais difícil para mim é sofrer calado como estou
sofrendo, para não fazer outras pessoas sofrerem.
Obrigado amigos por
ler esta minha mensagem... e mais uma vez orem por mim...
É o que tinha a dizer....
Heleno Maia - às 23:35 hr do dia 25/10/2012.
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