O menino, nascido no Barro Preto, em Belo Horizonte, já veio com falta dos braços e das mãos, além de ter o pé esquerdo atrofiado. Não se curvou às circunstâncias adversas, brincou com os de sua idade, no bairro, jogava futebol, pegador, fincas, enfim tudo aquilo comum às crianças de seu tempo. Nada o impedia ou o diminuía.
Em casa, era tratado como os demais irmãos e com companheiros das proximidades, no tempo do velho Colégio Mineiro, da Igreja de São Sebastião em construção, do campo do Palestra Itália, hoje do Cruzeiro. A avó, consoante a inclinação dos ascendentes italianos, dava orientação".
Lugar de homens, meninos e cachorros é na rua.
Naquele tempo, não havia os inconvenientes e os graves riscos como o dos agentes de drogas, que perambulam pelas vias públicas buscando atrair infantes e adolescentes aos descaminhos. O que queria mesmo Obregon, apelidado Dão, era crescer, estudar, fazer carreira, e ao avô confessou: pretendia ser magistrado, uma profissão que não sabia exatamente de que se tratava.
No início, já foi difícil. Para matricular-se no Jardim de Infância Delfim Moreira, na Rua Espírito Santo, já surgiram empecilhos, porque o estabelecimento não o admitia, pelos defeitos físicos. Os pais tinham medo de comunicar-lhe, porque sabiam que a decepção seria imensa e a reação imprevisível.
Dr. Obregon Gonçalves hoje é um dos maiores juristas do Brasil e um dos advogados criminalistas mais solicitados do Brasil, Obregon apesar de sua deficiencia se tornou um dos advogados mais renomados e mais respeitados dentro do mundo jurídico brasileiro.
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